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[Fis1] Add content about forces (#624)
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f002245
commit 6fbdb82
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Original file line number | Diff line number | Diff line change |
---|---|---|
@@ -0,0 +1,219 @@ | ||
--- | ||
title: Forças | ||
description: >- | ||
Leis de Newton. | ||
Vários tipos de forças. | ||
Forças de atrito. | ||
path: /fis-i/forces | ||
type: content | ||
--- | ||
|
||
# Forças | ||
|
||
```toc | ||
``` | ||
|
||
## Leis de Newton | ||
|
||
As [Leis de Newton](https://en.wikipedia.org/wiki/Newton%27s_laws_of_motion) | ||
descrevem relações entre o **movimento** de um objeto e as **forças** que atuam no mesmo. | ||
|
||
As Leis abaixo só se aplicam num referencial inercial. Mas o que é um referencial inercial? | ||
É mais fácil com um exemplo. Consideremos um autocarro com um pêndulo. | ||
Se o autocarro estiver em repouso, o pêndulo também o está | ||
e as únicas forças que atuam no mesmo são o peso e a tensão. | ||
No entanto, se o autocarro iniciar movimento com aceleração constante, | ||
o pêndulo irá ter força resultante não nula, pelo que, pela Primeira Lei, | ||
terá de estar em movimento. | ||
Ora, se o nosso referencial for alguém dentro do autocarro, | ||
o pêndulo está em repouso ([**referencial não inercial**](color:red)). | ||
Se o referencial for algo exterior ao autocarro, por exemplo a estrada, | ||
o pêndulo irá estar em movimento, de acordo com a Primeira Lei ([**referencial inercial**](color:green)). | ||
Um [referencial é inercial](https://en.wikipedia.org/wiki/Inertial_frame_of_reference) quando não está sob | ||
aceleração. | ||
|
||
### Primeira Lei | ||
|
||
Também chamada a "Lei da Inércia", esta lei diz que se a soma das forças das forças | ||
aplicadas num corpo for nula, a velocidade desse corpo não se altera. | ||
Por outras palavras, um corpo em repouso permanece em repouso e um corpo em movimento | ||
permanece em movimento com velocidade constante, se e só se a soma das forças | ||
aplicadas no mesmo for nula. | ||
|
||
Em termos matemáticos, podemos escrever a Lei da seguinte forma: | ||
|
||
$$ | ||
F_{\text{corpo}} = 0 \Leftrightarrow \frac{\d v}{\d t} = 0 | ||
$$ | ||
|
||
### Segunda Lei | ||
|
||
A segunda lei relaciona a aceleração, $a$, de um corpo de massa $m$ com a soma das forças aplicadas no mesmo, $F$. | ||
A soma de todas as forças aplicadas no corpo é igual ao produto da sua massa com a sua aceleração. | ||
|
||
$$ | ||
F_{\text{corpo}} = ma | ||
$$ | ||
|
||
### Terceira Lei | ||
|
||
A terceira lei diz-nos que todas as forças entre dois objetos existem em pares, com a mesma intensidade e sentidos opostos. | ||
|
||
## Tipos de Forças | ||
|
||
Já vimos algumas forças até agora, mas iremos aprofundar quais os tipos de forças que existem, quais são e quando existem. | ||
|
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- [**Forças de Contacto**](color:yellow) | ||
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- Normal (Reação Normal) | ||
- Tensão | ||
- Força Elástica | ||
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$\vec F = -k(l-l_0) \vec e_l$ | ||
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- Impulsão | ||
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$\vec I = \text{Peso do volume deslocado} = V \cdot \rho_{\text{liq}} \cdot g$ | ||
|
||
- Atrito Sólido-Sólido | ||
|
||
Em repouso, $\vec F_{\text{atrito}} \leq \mu_s \cdot |\vec N|$ | ||
Em movimento, $\vec F_{\text{atrito}} = \mu_k \cdot |\vec N|$ | ||
|
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- Atrito Sólido-Fluido | ||
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Regime em baixas velocidades: $\vec F = - b\vec v$ | ||
Regime a velocidades elevadas: $\vec F = -k v^2 \vec e_v$ | ||
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- [**Forças de Campo**](color:green) (forças de não contacto) | ||
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- Força Gravitacional | ||
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$\vec F = - G \frac{M_1 M_2}{r^2} \vec e_r$ | ||
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$G = 6.67 \times 10^{-11} \op{Nm}^2 \op{kg}^{-2}$ | ||
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- Peso | ||
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$\vec P = m \vec g$ | ||
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||
$|\vec g| = 9.8 \op{ms}^{-2}$ (na superfície da terra) | ||
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- Força Elétrica | ||
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$\vec F = + \frac{1}{4 \pi \epsilon_0} \frac{Q_1 Q_2}{r^2} \vec e_r$ | ||
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||
$\epsilon_0 = 8.85 \times 10^{-12} \op{c}^2 / \op{Nm}^2$ | ||
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- Força Lorentz | ||
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$\vec F = q \vec v \times \vec B$ | ||
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||
## Análise de Sistemas de Forças | ||
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||
:::tip | ||
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||
Quando estamos a analisar um exercício de forças, devemos seguir alguns passos de forma a conseguir chegar ao fim. | ||
Claro que como com qualquer lista de passos, não precisamos de os seguir à risca, mas ajudam bastante na resolução. | ||
|
||
1. Isolar objetos | ||
2. Fazer o diagrama de forças | ||
3. Escolher o sistema de coordenadas | ||
4. Escrever as equações do movimento ($\vec F = m \vec a$) | ||
5. Aplicar restrições (e.g. algumas variáveis serão constantes, outras nulas) | ||
6. Resolver as equações | ||
|
||
::: | ||
|
||
Tomemos como exemplo uma força a ser aplicada em dois blocos de massa $m_1$ e $m_2$ | ||
respetivamente, tal como representado na figura abaixo. | ||
Desprezando a força de atrito, qual é a aceleração de ambos os blocos, | ||
e que força exerce o bloco 1 no bloco 2? | ||
|
||
![Bloco 1 e Bloco 2, com uma força F aplicada no bloco 1](./assets/0003-force-systems-blocks-with-force-f.svg#dark=3) | ||
|
||
1. Comecemos por isolar os objetos. Claramente temos presentes dois blocos. | ||
Não podemos considerar os dois blocos como um todo, visto que queremos estudar | ||
as interações entre eles ($\vec F_{1,2}$/$\vec F_{2,1}$). | ||
2. Desenhamos então o diagrama de forças. | ||
No bloco 1, atuam a força exterior $\vec F$, o peso e a normal, e a força que | ||
o bloco 2 exerce no bloco 1 ($\vec F_{2,1}$). | ||
De forma semelhante, no bloco 2 atuam o peso e a normal, e a força que o | ||
bloco 1 exerce no bloco 2 ($\vec F_{1,2}$). | ||
|
||
![Diagrama de Forças](./assets/0003-force-systems-blocks-force-diagram.svg#dark=3) | ||
|
||
3. Claramente o sistema de coordenadas mais indicado para esta situação é o sistema de **coordenadas cartesianas**. | ||
4. Vamos agora escrever as equações que descrevem o sistema de forças. | ||
|
||
| | Corpo 1 | Corpo 2 | | ||
| ---------- | -------------------------- | ------------------------ | | ||
| $\vec e_x$ | $F - F_{2,1} = m_1 a_{1x}$ | $F_{1,2} = m_2 a_{2x}$ | | ||
| $\vec e_y$ | $N_1 - P_1 = m_1 a_{1y}$ | $N_2 - P_2 = m_2 a_{2y}$ | | ||
|
||
5. Aplicamos agora as restrições. Sabemos que os blocos não se movem na vertical, pelo que $y_1~=~y_2~=~\text{constante}$. | ||
Sabemos também pela [Terceira Lei de Newton](#terceira-lei) que $F_{1,2} = F_{2,1}$. | ||
Finalmente, os dois blocos movimentam-se juntamente, pelo que as suas velocidades são iguais, $\dot x_1 = \dot x_2$. | ||
6. Resolvendo agora, vemos que como $y_1 = y_2 = \text{constante}$, temos que $a_{1y} = a_{2y} = 0$. | ||
Também reparamos que, se $\dot x_1 = \dot x_2$, então $a_{x1} = a_{x2} = a_x$. | ||
|
||
Portanto podemos agora manipular as equações do ponto 4). | ||
|
||
Para a componente vertical, | ||
|
||
$$ | ||
\begin{darray}{c} | ||
N_1 - P_1 = 0 \implies N_1 = P_1 & N_2 - P_2 = 0 \implies N_2 = P_2 | ||
\end{darray} | ||
$$ | ||
|
||
Para a componente horizontal, | ||
|
||
$$ | ||
\begin{darray}{c} | ||
F - F_{2,1} = m_1 a_{1x} \Leftrightarrow F - F_{1,2} = m_1 a_x\\ | ||
F_{1,2} = m_2 a_{2x} \Leftrightarrow F_{1,2} = m_2 a_x\\ | ||
\end{darray} | ||
$$ | ||
|
||
Juntando as duas: | ||
|
||
$$ | ||
F - m_2 a_x = m_1 a_x \Leftrightarrow a_x = \frac{F}{m_1 + m_2} | ||
$$ | ||
|
||
## Força de Atrito Sólido-Sólido | ||
|
||
Quando temos interação entre dois sólidos, pode existir uma força contrária ao movimento (ou que previne o movimento), | ||
chamada [**Força de Atrito**](https://en.wikipedia.org/wiki/Friction#Dry_friction). | ||
|
||
![Força de atrito a ser aplicada num bloco](./assets/0003-friction-force-diagram.svg#dark=3) | ||
|
||
Quando o corpo está em repouso e estamos a aplicar-lhe uma força, estamos perante uma [**Força de Atrito Estático**](color:green). | ||
A intensidade dessa força acompanha a força aplicada, contrariando-a, evitando assim o movimento. Por razões | ||
óbvias, a intensidade da força de atrito nunca pode exceder a intensidade da força aplicada, caso contrário | ||
observaríamos movimento no sentido oposto. | ||
Assim, a força de atrito estático é dada por: | ||
|
||
$$ | ||
\vec F_{\text{atrito}} \leq \mu_s \cdot |\vec N| | ||
$$ | ||
|
||
onde $\mu_s$ representa o coeficiente de atrito estático (_static_). | ||
|
||
Quando é alcançado o valor máximo para $F_{\text{atrito}}$, o corpo inicia o seu movimento, onde | ||
começa a atuar a [**Força de Atrito Cinético**](color:orange), com intensidade fixa, e que | ||
geralmente tem um coeficiente de atrito mais baixo. | ||
Assim, a força de atrito cinético é dada por: | ||
|
||
$$ | ||
\vec F_{\text{atrito}} = \mu_k \cdot |\vec N| | ||
$$ | ||
|
||
onde $\mu_k$ representa o coeficiente de atrito cinético (_kinetic_). | ||
|
||
Podemos observar este seguinte gráfico para estudar a intensidade da força de atrito, $F_a$, | ||
em função da intensidade da força aplicada, $F$. | ||
|
||
![Força de atrito em função da força aplicada](./assets/0003-friction-force-chart.svg#dark=3) |
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